90 anos da passagem de Lampião por Ribeira do pombal-BA

90 anos da passagem de Lampião por Ribeira do pombal-BA
14 de fevereiro de 2018 82 anos da passagem de Lampião em Pombal
Após várias andanças e as notícias ocultas, somente em dezembro de 1928 é que Lampião ressurge no cenário baiano, exatamente no dia 15 de dezembro, na vila do Cumbe (atual cidade de Euclides da Cunha). De lá partiram rumo a Tucano, onde concede uma entrevista a um jornalista da terra e recebe a notícia que mandaram buscar reforço policial na cidade de Serrinha, o que apressou a saída do bando do município. Partiram de lá às onze horas da noite, aproximadamente, em destino a Pombal.  Desde aqueles sábado, 15 de setembro de 1928, que já se sabia que Lampião encontrava-se no município de Tucano, pois todos os viajantes, que lá procediam, noticiavam aos habitantes de Pombal da visita do então cangaceiro.  Lampião e mais sete cabras do seu bando, na foto abaixo, da esquerda para a direita, são eles: Lampião, Ezequiel, Virginio, Luiz Pedro, Mariano, Corisco, Mergulhão e Arvoredo. Chegaram à vila de Pombal por volta das seis horas da manhã, um domingo do dia 16 de dezembro de 1928.
O Sr. Paulo Cardoso de Oliveira Brito, mais conhecido como \"Seu Cardoso\", narrou, detalhadamente, como foi a visita de Lampião na Vila de Pombal:  \"Eu era intendente, na época. Desde o sábado à noite se corria o boato na rua que Lampião estava na cidade de Tucano, mas de paz. Eles chegaram de manhã, bem cedinho, eu estava deitado e o empregado estava varrendo o terreiro da casa (o velho sobrado dos Britto), abordaram o empregado e mandaram me chamar. Com certeza eles já haviam se informado quem era o administrador da vila. O empregado subiu e me avisou, mas não soube dizer quem era; fui até a porta às presas e perguntei a ele o que queria. Ele se identificou por Coronel Virgulino. Tomei um susto ao perceber que estava diante do mais temido bandido do sertão. Eram oito homens, sete ficaram encostados no carro e só o capitão tinha se aproximado. Disse que queria tomar café. Mandei logo providenciar. Perguntou quantos soldados havia na vila; respondi que apenas três; mandou avisá-los para não reagir, pois estaria ali apenas de passagem \". O próprio empregado foi até o quartel levar a tranqüilizadora notícia, transmitindo-a ao cabo Esmeraldo, comandante e chefe do destacamento.
Lampião e seus cabras de deliciaram com o café com cuscuz que lhe ofereceu o anfitrião. Mas tarde, o bando chegou até o quartel, desarmaram os militares, intimando-os a acompanhá-los até a cidade mais próxima para onde iam. Lampião disse em tom sarcástico: \"... assim vou mais garantido porque estou com a força\".  Antes de saírem, Lampião e seus cangaceiros foram conhecer a Vila Alegre com a boa hospitalidade a eles oferecida. Para deixar uma ótima impressão de sua visita à Vila de Pombal, perguntou se havia um fotógrafo; mandaram chamar Alcides Franco, alfaiate e maestro da Filarmônica XV de outubro, que possuía uma máquina fotográfica. Pediu que batesse uma chapa do bando para ali ficar de recordação (essa foto é uma das mais nobres no acervo sobre o cangaceiro, presente em quase todos os livros, sobre o bandoleiro). Por volta de oito horas da manhã o bando saiu da vila, partindo espalhafatosamente com destino a Bom Conselho (atual cidade de Cícero Dantas).

Fonte: Livro \" MEMÓRIA HISTÓRICA DE POMBAL\" de autoria de Fernando Amorim

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