Estudo mostra o que mudou na produção e consumo de feijão no Brasil em 20 anos
Estudo mostra o que mudou na produção e consumo de feijão no Brasil em 20 anos·
Estudo mostra o que mudou na produção e consumo de feijão no Brasil em 20 anos. Leia mais:
28/09/2017
Noticias Agricolas Area de Interesse Agronégocio O Brasil é o maior
produtor mundial de feijão comum. As produções de feijão em grão nos
anos de…
seagri.ba.gov.br
28/09/2017
Noticias Agricolas
Area de Interesse
Agronégocio
O
Brasil é o maior produtor mundial de feijão comum. As produções de
feijão em grão nos anos de 1975 e 2005 foram, respectivamente, de 2,28
milhões e 3,08 milhões de toneladas, com uma média de 2,54 milhões de
toneladas no perí- odo. O cultivo dessa leguminosa é feito em três
safras distintas, a primeira (safra das “águas”) com plantio nos meses
de agosto a novembro e colheita de novembro a fevereiro, a segunda
(safra da seca ou safrinha) com plantio de dezembro a março e colheita
de março a junho e a terceira (safra de inverno ou irrigada) com plantio
de abril a julho e colheita de julho a outubro.
A área colhida de feijão no Brasil, que em 1975
era de 4.145.916 hectares, aumentou para 5.926.143 em 1982 e em 2005 foi
de 3.812.040 hectares. Assim, houve uma redução de 8,1% no período
1975-2005, liberando 333.876 hectares para outras atividades em 30 anos.
Essa diminuição da área colhida ocorreu na primeira e na segunda
safras, enquanto a área da terceira safra aumentou. Conforme dados do
Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) entre 1990 e 2005, a
área da primeira safra diminuiu de 2.491.312 para 2.015.618 hectares
(-19,1%), a da segunda diminuiu de 1.981.374 para 1.543.240 hectares
(-22,1%) e a da terceira safra aumentou de 207.399 para 207.920 hectares
(+0,3%).
Ao longo dos últimos vinte anos, a segunda e a
terceira safras, apresentaram um comportamento semelhante. Entretanto, a
segunda safra, que é considerada a de maior risco climático, mostrou
oscilações maiores na área colhida, com reduções drásticas em 1993, 1998
e 2001, as quais foram sucedidas por aumentos em 1994, 1999 e, de
maneira mais suave, em 2002 e 2003, voltando a diminuir em 2004 e 2005. A
área colhida na terceira safra se manteve praticamente estabilizada
entre 1985 e 2000, aumentando significativamente a partir de 2001.
A produtividade média do feijão apresentou aumento
contínuo nas três safras no período 1985 a 2005. Percebe-se que os
ganhos de produtividade foram bem maiores na terceira safra. De acordo
com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola a
produtividade média da terceira safra em 2005 foi de 2.142kg/ha.
Considerando que nos últimos vinte anos a produção
de feijão na primeira safra praticamente se manteve estável e que o
volume produzido pela segunda safra diminuiu, a terceira safra foi a
maior responsável pela tendência de aumento da produção total de feijão
entre 1985 e 2005.
O maior volume de produção do feijão de terceira
safra, contudo, não foi suficiente para atender o abastecimento interno,
cuja demanda foi complementada com importações. Entre 1998 e 2005 essas
importações giraram em torno de 100 mil toneladas anuais e sua
participação percentual no suprimento nacional se manteve está- vel. As
importações têm ocorrido, principalmente, em função dos preços e época
de colheita de feijão preto na Argentina. Enquanto a participa- ção da
primeira e segunda safras diminuiu e da terceira aumentou.
Até a década de 1980 a colheita de feijão ocorria
apenas em algumas épocas do ano. Com isso, havia super-oferta em alguns
meses e a falta de produto em outros, normalmente os meses de inverno,
provocando grandes oscila- ções de preço ao longo do ano. O aumento do
rendimento por hectare, graças à introdução do feijão tipo carioca nos
programas de melhoramento, e a consolidação das três safras,
contribuíram para a regularização da oferta do produto ao longo do ano,
diminuindo as oscilações de preço.
Uma simulação, considerando o consumo médio per
capita de 16,6kg de feijão por ano e a produção dos estados brasileiros
em 2005, indicou que apenas dez estados são superavitários na oferta de
feijão (oferta - consumo > 0). Do montante excedente, cerca de 80% é
de feijão comum e apenas 20% de feijão caupi.
Existem três regiões superavitárias na oferta de
feijão no Brasil: a primeira no Sul, formada pelos Estados do Paraná e
Santa Catarina; a segunda no Brasil Central, pelos Estados de Rondônia,
Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; e a terceira no Nordeste,
pelos Estados do Piauí, Ceará e Paraíba. Na primeira safra é produzido o
feijão comum; na segunda, o feijoeiro comum e o caupi no Nordeste e
Norte; e na terceira, o feijoeiro comum irrigado. Por outro lado, há
duas regiões deficitárias em feijão comum: uma no Rio Grande do Sul e a
outra no CentroSul (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e
Espírito Santo). Além dessas, o Norte (exceto Rondônia) e parte do
Nordeste são defici- Informações Econômicas, SP, v.37, n.2, fev. 2007.
11 Produção e Consumo de Feijão no Brasil, 1975-2005 tários em feijão
caupi.
Fonte: Notícias Agrícolas.
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