Adustina-Ba:Hoje comemora o dia do fotografo.
História da Fotografia
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Fotografia
é uma técnica de gravação por meios mecânicos e químicos ou digitais,
de uma imagem numa camada de material sensível à exposição luminosa,
designada como o seu suporte. A palavra deriva das palavras gregas [fós]
(”luz”), e [grafis] (”estilo”, “pincel”) ou grafê, significando
“desenhar com luz” ou “representação por meio de linhas”, “desenhar”.
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Linguagem da fotografia
Pela sua natureza, a fotografia é
ferramenta ou objeto de estudo da antropologia visual, enquanto
representação iconográfica. O ícone, como o define Charles Sanders
Peirce, significa representação pela imagem. Segundo Roland Barthes como
a fotografia é uma imagem, ela possuí uma linguagem conotativa e
denotativa, ou o óbvio e o obtuso. A linguagem denotativa é o óbvio:
tudo o que se vê na fotografia, tudo que está evidente. O conotativo é o
obtuso: toda a informação ímplicita na fotografia. O enquadramento da
foto, o posicionamento da câmara, mais para cima ou mais para baixo
dando noção de superioridade ou inferioridade.
Tudo isso se trata de informações conotativas da fotografia, que
geralmente revelam a bagagem social e cultural do próprio fotógrafo, o
seu studium (Barthes).
Dispositivos formadores de imagem
Mais comumente uma câmera ou câmara
escura é o dispositivo formador de imagem e o filme fotográfico ou um
cartão digital de armazenamento é a mídia de gravação, mas existem
outros métodos. Por exemplo, a fotocópia ou máquina xerográfica, forma
imagens permanentes mas usa a transferência de cargas elétricas
estáticas no lugar do filme fotográfico, disso provém o termo
eletrofotografia. Na raiografia, divulgada por Man Ray em 1922 imagens
são produzidas pelas sombras de objetos no papel fotográfico, sem o uso
de câmera. E podem-se colocar objetos diretamente do digitalizador
(scanner) para produzir figuras eletronicamente.
Fotógrafos controlam a câmera ao expor o
material fotosensível (filme ou sensor digital CCD/CMOS) à luz. Depois
de processar, este produz uma imagem cujo conteúdo é aceitavelmente
nítido, iluminado e composto para atender ao objetivo de fotografar.
O controle inclui:
a) Foco
b) Abertura das lentes
c) Tempo de exposição (ou velocidade de abertura do obturador)
d) Distância focal das objetivas (tele-objetiva, zoom ou grande-angular)
e) Sensibilidade do filme
Os controles são geralmente
inter-relacionados, por exemplo, o brilho é a abertura multiplicado pela
velocidade de abertura do Obturador, e variando a distância focal das
lentes permitir-se-á maior controle sobre a profundidade de campo
fotográfico.
Usos da fotografia
A fotografia pode ser classificada como
tecnologia de confecção de imagens e atrai o interesse de cientistas e
artistas desde o seu começo. Os cientistas usaram sua capacidade para
fazer gravações precisas, como Eadweard Muybridge em seu estudo da
locomoção humana e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram
por este aspecto, e também tentaram explorar outros caminhos além da
representação fotomecânica da realidade, como o movimento pictural. As
forças armadas, a polícia e forças de segurança usam a fotografia para
vigilância, identificação e armazenamento de dados.
Fotografias aéreas eram utilizadas para levantamento do uso da terra e planejamento de uma determinada região.
História da fotografia
A primeira fotografia reconhecida é uma
imagem produzida em 1825 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa
placa de estanho coberta com um derivado de petróleo chamado Betume da
Judéia. Foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas
de exposição à luz solar. Em 1835 Daguerre desenvolveu um processo
usando prata numa placa de cobre denominado daguerreotipo.
Imagem da primeira fotografia permanente do mundo feita por Nicéphore Niépce, em 1825.
Quase simultaneamente, William Fox
Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo, usando
folhas de papel cobertas com cloreto de prata. Este processo é muito
parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um
negativo que pode ser reutilizado para produzir várias imagens
positivas. Hippolyte Bayard também desenvolveu um método de fotografia,
mas demorou para anunciar e não foi mais reconhecido como seu inventor.
O daguerreotipo tornou-se mais popular
pois atendeu à demanda por retratos exigida da classe média durante a
Revolução Industrial. Esta demanda, que não podia ser suprida em volume
nem em custo pela pintura a óleo, deve ter dado o impulso para o
desenvolvimento da fotografia. Nenhuma das técnicas envolvidas (a câmara
escura e a fotosensibilidade de sais de prata) era descoberta do século
XIX. A câmara escura era usada por artistas no século XVI, como ajuda
para esboçar pinturas, e a fotossensibilidade de uma solução de nitrato
de prata foi observada por Johann Schultze em 1724.
Recentemente, os processos fotográficos
modernos sofreram uma série de refinamentos e melhoramentos sobre os
fundamentos de William Fox Talbot. A fotografia tornou-se para o mercado
em massa em 1901 com a introdução da câmera Brownie-Kodak e, em
especial, com a industrialização da produção e revelação do filme. Muito
pouco foi alterado nos princípios desde então, além de o filme colorido
tornar-se padrão, o foco automático e a exposição automática. A
gravação digital de imagens está crescentemente dominante, pois sensores
eletrônicos ficam cada vez mais sensíveis e capazes de prover definição
em comparação com métodos químicos.
Para o fotógrafo amante da fotografia
em preto e branco, pouco mudou desde a introdução da câmera Leica de
filme de 35mm em 1925.
A Fotografia no cotidiano e na vida
A fotografia pode ser utilizada no
processo de investigação do cotidiano de nossos estudantes, a fim de que
mediante as imagens obtidas da escola, da família, da vizinhança, da
cidade e das coisas que os cercam, eles sejam orientados, através de uma
metodologia específica, para análise e estudo desses “momentos
documentados” e suas correlações históricas, sociais, geográficas,
étnicas e econômicas; na educação, a simples disponibilidade do aparato
tecnológico não significa facilitar o processo ensino-aprendizagem. É
preciso que o professor alie os recursos tecnológicos com os seus
conhecimentos e estratégias de ensino, visando alcançar um objetivo: o
conhecimento significativo.
Fotografia em preto e branco.
A fotografia nasceu em preto e branco,
ou melhor, preto sobre o branco, no inicio do século XIX. Desde as
primeiras formas de fotografia que se popularizaram, como o
daguerreótipo, aproximadamente na década de 1830, até aos filmes preto e
branco atuais, houve muita evolução técnica, e diminuição dos custos.
Os filmes atuais hoje têm uma grande gama de tonalidade, superior mesmo
aos coloridos, resultando em fotos muito ricas em detalhes. Por isso as
fotos feitas com filmes PB são superiores ás fotos coloridas convertidas
em PB.
Meio tom
As fotografias preto e branco se
destacam pela riqueza de passagens de tons; a fotografia colorida,
entretanto, não capta apropriadamente as nuances sutis de mudanças
tonais. Podemos afirmar, desta forma, que a fotografia preto e branco é
mais apropriada para a captura de meios tons. Na P&B se aproveita a
luz e a sombra para fazer efeitos que as deixam bem mais lindas, tanto
que existem pessoas que fotografam apenas preto e branco mesmo com o
advento do equipamento digital. Desta forma é algo precipitado o debate
que coloca em cheque os processos químicos preto e branco frente à tecnologia digital.
Fotografia colorida
A fotografia colorida foi explorada
durante o século XIX e os experimentos iniciais em cores não puderam
fixar a fotografia nem prevenir a cor de enfraquecimento. Durante a
metade deste século as emulsões disponíveis ainda não eram totalmente
capazes de serem sensibilizadas pela cor verde ou pela vermelha (total
sensibilidade a cor vermelha só foi obtida com êxito total no começo do
século XX). A primeira fotografia colorida permanente foi tirada em 1861
pelo físico James Clerk Maxwell. O primeiro filme colorido, o
Autocromo, somente chegou ao mercado no ano de 1907 e era baseado em
pontos tingidos de extrato de batata.
O primeiro filme colorido moderno, o
Kodachrome, foi introduzido em 1935 baseado em três emulsões coloridas. A
maioria dos filmes coloridos modernos, exceto o Kodachrome, são
baseados na tecnologia desenvolvida pela Agfacolor em 1936. O filme
colorido instantâneo foi introduzido pela Polaroid em 1963.
A fotografia colorida pode formar
imagens como uma transparência positiva, planejada para uso em projetor
de slides (diapositivos) ou em negativos coloridos, planejado para uso
de ampliações coloridas positivas em papel de revestimento especial. A
último é atualmente a forma mais comum de filme fotográfico colorido
(não digital), devido à introdução do equipamento de fotoimpressão
automático.
Fotografia Digital
Fotografia digital é a fotografia
tirada com uma câmera digital ou determinados modelos de telefone
celular, resultando num arquivo de computador que pode ser editado,
impresso, enviado por e-mail ou armazenado em websites ou CD-ROMs.
A fotografia tradicional era um fardo
considerável para os fotógrafos que trabalhavam em localidades distantes
(como correspondentes de órgãos de imprensa) sem acesso às instalações
de produção. Com o aumento da competição com a televisão, houve um
aumento de pressão para transferir imagens aos jornais mais rapidamente.
O sensor de CCD que substitui o filme
nas câmeras digitais.Fotógrafos em localidades remotas carregariam um
minilaboratório fotográfico com eles, e alguns meios de transmitir suas
imagens pela linha telefônica. Em 1990, a Kodak lançou o DCS 100, a
primeira câmera digital comercialmente disponível. Seu custo impediu o
uso em fotojornalismo e em aplicações profissionais, mas a fotografia
digital nasceu.
Em 10 anos, as câmeras digitais se
tornaram produtos de consumo, e estão provavelmente substituindo
gradualmente suas equivalentes tradicionais em muitas aplicações, pois o
preço dos componentes eletrônicos cai e a qualidade da imagem melhora.
A Kodak anunciou em Janeiro de 2004 que
não vai mais produzir câmeras reutilizáveis de 35 milímetros após o fim
desse ano. Entretanto, a fotografia “líquida” vai durar, pois os
amadores dedicados e artistas qualificados preservam o uso de materiais e
técnicas tradicionais.
Na fotografia digital, a luz
sensibiliza um sensor, chamado de CCD ou CMOS, que por sua vez converte a
luz num código electrónico digital, uma matriz de números digitais
(quadro com o valor das cores de todos os pixels da imagem), que será
armazenado num cartão de memória. Tipicamente, o conteúdo desta memória
será mais tarde transferido para um computador. Já é possível também
transferir os dados diretamente para uma impressora, gerar uma imagem em
papel, sem o uso de um computador. Uma vez transferida para fora do
cartão de memória, este poderá ser apagado e reutilizado.
Álbuns virtuais
Com a popularização da fotografia
digital, surgiram sites na internet especializados em armazenar
fotografias. Suas imagens podem ser vistas por qualquer pessoa do
planeta. Elas ficam organizadas por pastas e podem ser separadas por
assuntos a sua escolha.
Os Álbuns Virtuais podem ser usados com vários propósitos, veja abaixo alguns deles:
Portfólio
Muito usado por fotógrafos amadores/profissionais para mostrar seu trabalho.
Armazenamento
Quem não quer ocupar espaço no seu HD pode usar o álbum para armazenar suas fotografias.
Negócios
Outros usam os álbuns para vender seus trabalhos fotográficos.
Fotojornalismo
O fotojornalismo preenche uma função
bem determinada e tem caracteristicas próprias. O impacto é elemento
fundamental. A informação é imprescindível. É na fotografia de imprensa,
um braço da fotografia documental, que se dá um grande papel da
fotografia de informação, o fotojornalismo. É no fotojornalismo que a
fotografia pode exibir toda a sua capacidade de transmitir informações. E
essas informações podem ser passadas, com beleza, pelo simples
enquadramento que o fotógrafo tem a possibilidade de fazer. Nada
acontece hoje nas comunicações impressas sem o endosso da fotografia.
Existem, basicamente, quatro gêneros de fotografia jornalistica:
As fotografias sociais
Nessa categoria estão incluídas a
fotografia política, de economia e negócios e as fotografias de fatos
gerais dos acontecimentos da cidade, do estado e do país, incluindo a
fotografia de tragédia.
As fotografias de esporte
Nessa categoria, a quantidade de informações é o mais importante e o que influi na sua publicação.
As fotografias culturais
Esse tipo de fotografia, tem como
função chamar a atenção para a notícia antes de ela ser lida e nisso a
fotografia é única. Neste item podemos colocar um grande segundo grupo, a
esportiva, pois no fotojornalismo o que mais vende após a polícia é o
esporte.
As fotografias policiais
Muitos, quase todos os jornais exploram
do sensasionalismo para mostrar acidentes com morte, marginais em
flagrante, para vender mais jornais e fazer uma média com os assinantes.
Pode-se dizer que há uma rivalidade entre os jornais para ver qual
aquele que mostra a cena mais chocante num assalto, morte, acidente de
grande vulto.
A fotografia nos meios de comunicação
social, principalmente em impressos(jornais, revistas e folhetos) é o
mais importante, sem uma imagem o material fica pobre.
A fotografia em preto e branco
publicada em jornais, existe há mais de cem anos e é uma das
caracteristicas do fotojornalismo. Embora, a fotografia colorida tenha
ganhado espaço nessa categoria, no início dos anos 70 com as revistas
semanais como Veja e Leia (revistas brasileiras).
Visão periférica
Com o passar dos tempos os
repórteres-fotográficos desenvolvem o que podemos chamar de visão
periférica, uma graduação maior de visão.Os graus de visão do repórter
aumenta por ter que cuidar à distancia e próximo, exemplo claro disso é o
futebol, onde ambos extremos são utilizados.
Fotojornalismo independente
A idéia do fotojornalismo independente
surgiu na França após a II Guerra Mundial. Formou-se agencia de
fotografos com um mesmo objetivo: ter liberdade de pauta, discutir os
trabalhos realizados, se aprofundar nas reportagens e sobretudo lutar
pelos direitos autorais e a posse dos negativos originais. A Agência
Cooperativa Magnum, fundada em 1947 em Paris, por quatro fotografos:
Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, David Seymour e George Rodger, foi a
pioneira. O movimento de reconstrução da Europa e o progresso
tecnológico exigido pela destruição da guerra proporcionaram a criação
de uma forma nova de fazer e comercializar a fotografia e discutir sua
função. Paris, pela sua importância geográfica e ideológica, facilitava
isso. A criação dessa nova forma de agenciar imagens viria modificar
toda a história do fotojornalismo no mundo.
Agências de notícias
Com o tempo, as Agências de Notícias
proliferaram-se, e hoje muitos jornais de pequeno e médio porte criam
agências, agenciando seus fotógrafos para venda de seus trabalhos e em
redes de jornais a circulação interna das fotografias.Podemos observar
sobre as imagens a agência ou a abreviatura.
Paparazzi
Com a História da morte da princesa
Diana se criou um folclore sobre os Paparazzi, esses fotógrafos de
ocasião podem chegar a ficar famosos em virtude de suas fotos. Estar a
posto com uma câmara na mão basta para registrar uma imagem que pode
render muito dinheiro, e também reputação.
Crédito fotográfico - direito autoral
No Brasil a lei do direito autoral
garante ao fotógrafo, pode ser a primeira de sua vida, mas que tenha o
nome do seu autor. Ao observarmos as publicações de renome e as que são
dignas publicam num cantinho da fotografia o nome do fotógrafo, mesmo
que acompanhado de possível Agência de Notícias, bem como seu veículo de
comunicação. O crédito fotográfico obrigatório em todas as publicações,
mundialmente conhecido como tal onde o nome do fotógrafo deve constar
na obra.
Fotografia publicada
Na maioria dos meios de comunicação os
fotógrafos independentes ganham por foto publicada, então, se enviam
dezenas de fotografias e só uma for publicada só receberão por ela. Para
muitos, principalmente quem está iniciando é algo muito bom ver seu
crédito fotográfico.
Lentes/Objetivas
Para entender um pouco de objetivas uma
de 24mm equivale a 75graus e uma objetiva de 300mm equivale a 12
graus.A olho de peixe, 12mm, fotografa os pés e a cabeça. Uma 500mm
(aquelas que vemos em jogos de futebol) consegue fotografar só o goleiro
do outro lado do campo de futebol.Ou seja, as lentes com valores
inferiores a 50mm são consideradas Grande Angulares e com valores acima
de 50mm são consideradas teleobjetivas.
Fotógrafo
Fotógrafo é a pessoa que tira
fotografia, usando uma câmera. É geralmente considerado um artista, pois
faz seu produto (a foto) com a mesma dedicação e da mesma forma que
qualquer outro artista visual.
Amadores e profissionais
Quando um determinado autor de
fotografias baseia grande parte do seu rendimento nesta atividade,
diz-se ser um fotógrafo profissional.
Por vezes, o adjetivo profissional é
usado errôneamente na fotografia para valorizar uma determinada imagem
fotográfica ou perícia de um autor. Na realidade, a qualidade da
fotografia nem sempre está relacionada com o fato do seu autor ser ou
não profissional. Muitos amadores realizam com regularidade imagens mais
bem sucedidas que muitos profissionais.
Na realidade “profissional” refere-se
apenas à profissão do autor, e não à qualidade do trabalho. Ao mesmo
tempo que um profissional pode realizar um trabalho mal feito, pode-se
entender melhor, adiante no parte de “arte”.
O adjetivo amador, quando atribuído a
um fotógrafo, pode ter um significado muito vasto. Pessoas que apenas
fotografam a sua família e vida, para uso pessoal, consideram-se
fotógrafas amadores. Outros fotógrafos amadores chegam a publicar
livros, realizar exposições e dedicam uma vida inteira ao estudo da
fotografia.
Especializações do fotógrafo
Uma vez que na atualidade a fotografia
serve um vasto campo de assuntos e objetivos, foram criadas
especializações. O fotógrafo especializa-se para melhor dominar a
técnica de um determinado tipo de fotografia ou assunto. As
especializações mais conhecidas são a foto reportagem (de eventos
sociais), moda, o fotojornalismo, a paisagem, o retrato e a publicitária
(arte da fotografia de objetos em estúdio).
Formação de um fotógrafo
A formação em fotografia numa escola de
arte pode realizar-se através de um curso de fotografia ou de várias
disciplinas de fotografia integradas em cursos de arte, design, pintura,
multimédia, cinema, jornalismo e etc. Normalmente estes cursos estão
orientados para o exercício da fotografia enquanto arte.
Numa escola profissional, a formação em
fotografia está mais orientada para o exercício da fotografia enquanto
profissão comercial.
Memória e Afeto
Na fotografia encontra-se a ausência, a
lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que já faleceram, as
que desapareceram.
Para algumas pessoas, fotografar é um
ato prazeroso, de estar figurando ou imitando algo que existe. Já para
outras, é a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo
de que o vínculo persista.
Strelczenia, 2001, apud Debray (1986,
p. 60) assinala que a imagem nasce da morte, como negação do nada e para
prolongar a vida, de tal forma que entre o representado e sua
representação haja uma transferência de alma. A imagem não é uma simples
metáfora do desaparecido, mas sim “uma metonímia real, um prolongamento
sublimado, mas ainda físico de sua carne”.
A foto faz que as pessoas lembrem do
seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real
e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória
vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no
tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a
transformação e de alguma maneira decifrar o que virá.
A fotografia captura um instante, põe
em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de
ter transformações. Ao olhar uma fotografia é importante valorizar o
salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se
contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o
antes e depois.
Confia-se, portanto, na capacidade da
câmera fotográfica para guardar os instantes que se consideram valiosos.
Tirar fotografias ajuda a combater o nada, o esquecimento. Para
recordar é necessário reter certos fragmentos da experiência e esquecer o
resto. São mais os instantes que se perdem que os que podemos
conservar. Segundo Strelczenia (2001), “A memória se premia recordando,
fazendo memorável; se castiga com o esquecimento ”.
Fotografa-se para recordar, porque os
acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porém não sabemos
se esses momentos foram significativos em si mesmos ou se tornaram
memoráveis por terem sido fotografados.
A memória é constitutiva da condição
humana: desde sempre o homem tem se ocupado em produzir sinais que
permaneçam mais além do futuro, que sirvam de marca da própria
existência e que lhe dêem sentido. A fotografia traz consigo mais
daquilo do que se vê. Ela não somente capta imagens do mundo, mas pode
registrar o “gesto revelador, a expressão que tudo resume, a vida que o
movimento acompanha, mas que uma imagem rígida destrói ao seccionar o
tempo, se não escolhemos a fração essencial imperceptível” (CORTÁZAR,
1986,p.30)
Todo esse campo de interpretação que a
fotografia permite parte de vários fatores, ingredientes que agem
profundamente (nem sempre visíveis) no significado da imagem. Segundo
Lucia Santaella e Winfried Nöth (2001), esses elementos são: o
fotógrafo, como agente; o fotógrafo, a máquina e o mundo, ou seja, o ato
fotográfico, a fenomenologia desse ato; a máquina como meio; a
fotografia em si; a relação da foto com o referente; a distribuição
fotográfica, isto é, a sua reprodução; a recepção da foto, o ato de
vê-la.
É no ensaio fotográfico que a pessoa
busca a emoção, algo que ela nunca tenha sentido. A fotografia é capaz
de ferir, de comover ou animar uma pessoa. Para cada um ela oferece um
tipo de afeto. Na composição de significado da foto, segundo Barthes
(1984), há três fatores principais: o fotógrafo (operator), o objeto
(spectrum) e o observador (spectator). O fotógrafo lança seu olhar sobre
o assunto, ele o contamina e faz as fotos segundo seu ponto de vista. O
objeto (ou modelo) se modifica na frente de uma lente, simulando uma
coisa que não é. No caso do observador, ele gera mais um campo de significado, lançando todo o seu repertório e alterando mais uma vez a imagem.
Barthes (1984, p. 45) observa ainda a
presença de dois elementos na fotografia, aquilo que o fotógrafo quis
transmitir é chamado de studium, ou seja, é o óbvio, aquilo que é
intencional. Já quando há um detalhe que não foi pré-produzido pelo
autor, recebe o nome de punctum. Esse último gera um outro significado
para o observador, fere, atravessa, mexe com sua interpretação.
Historia da fotografia
Reconhecer o studium é fatalmente
encontrar as intenções do fotógrafo, entrar em harmonia com elas,
aprova-las, dicuti-las em mim mesmo, pois a cultura (com que tem a ver o
studium) é um contrato feito entre os criadores e os consumidores. (…) A
esse segundo elemento que vem contrariar o studium chamarei então
punctum. Dessa vez, não sou eu que vou busca-lo, é ele que parte da
cena, como uma flecha, e vem me transpassar (BARTHES, 1984, p. 48).
Por meio das fotografias descobre-se a
capacidade de obter camadas inteiras e de emoções que estão escondidas
na memória. Também se pode descobrir e obter novas significações que
naqueles momentos não estavam explícitas.
As imagens são aparentemente silenciosas. Sempre, no entanto, provocam e conduzem a uma infinidade de discursos em torno delas.
Fotografia como arte
O homem sempre tentou reter e fixar
movimentos do mundo, começando com desenhos na caverna, passando pela
pintura em tela e escultura, e, por fim, chegando a fotografia. Esse é
um meio de comunicação de massa, sendo muito popular em nossos dias e
nascido na Revolução Industrial.
De acordo com Barthes (1984, p. 21),
muitos não a consideram arte, por ser facilmente produzida e
reproduzida, mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade,
não apenas copiá-la. Nela há uma série de símbolos organizados pelo
artista e o receptor os interpreta e os completa com mais símbolos de
seu repertório.
Fazer fotografia não é apenas apertar o
disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único,
singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade
estética.
Em um mundo dominado pela comunicação
visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo
depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe
ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e
sentimento.
“Fotografar é colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração.”
(Henri Cartier-Bresson)
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