59 anos de emancipação política do municipio de Paulo Afonso.
28.07.2017 | 07:30
DE FORQUILHA A PAULO AFONSO. MUNICÍPIO FAZ 59 ANOS
Paulo Afonso criado pela Lei Estadual
1.012/58, de 28/07/1958. Para a sua pesquisa escolar disponibilizamos
informações importantes sobre este município. (Professor Antônio
Galdino)
Da Redação
O COMEÇO e a VILA POTY
Arq. Folha Sertaneja
Vila Poty (Forquilha) - Rua da Frente (Av. Getúlio Vargas) - 1950

Esse era o nome da maior das ilhas onde hoje existe a Barragem Delmiro Gouveia e era também o nome do lugarejo de poucas casas espalhadas no território que depois de chamou Vila Poty nome que recebeu porque as suas casas simples, de pau-a-pique ou de taipa, eram cobertas e forradas com os sacos vazios desta marca de cimento muito utilizada nas obras da Chesf.
Do livro "De Forquilha a Paulo Afonso"
Vereadores do Distrito de Paulo Afonso, eleitos em 1954.

VEREADORES DO DISTRITO DE PAULO AFONSO EM GLÓRIA
Em Dezembro de 1953 a Vila Poty passou a ser Distrito de Glória, pois todas as terras dessa região pertenciam ao município de Glória e todos os poderes – executivo, legislativo e judiciário, cartórios, serviços públicos - estavam concentrados na sede deste município, localizado a 30 quilômetros desta Vila.
Nesse Distrito, em 1954, fora eleitos quatro vereadores para a Câmara Municipal de Glória: Abel Barbosa, Hélio Medeiros (Hélio Garagista), Moisés Pereira de Souza e Otaviano Leandro de Morais, cujo trabalho naquele Poder Legislativo, associado ao movimento começado na Vila Poty a partir de 1951, foi determinante para a emancipação política de Paulo Afonso, ação liderada por Abel Barbosa.
ABEL BARBOSA E A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Arq. Folha Sertaneja
Ex-vereador e ex-prefeito Abel Barbosa e Silva

Logo que chegou, Abel Barbosa, acostumado com o trabalho na política nas terras pernambucanas, nas campanhas de Apolônio Sales, Agamenom Magalhães, Barbosa Lima Sobrinho e outros que foram senadores da República e governadores de Pernambuco, fez muitos amigos em Paulo Afonso e juntos decidiram lutar pela emancipação política desse Distrito.
Com ele estavam outros muitos pioneiros, entre eles muitos comerciantes como D. Risalva e seu esposo Raimundo Toledo, Luiz Inocêncio, os irmãos Antônio, José e Manoel Neto, João Vicente Ferreira, conhecido como João Sapateiro, Francisco Domingos, o avô de Antônio Diniz, da Rádio Cultura, João Carpinteiro, o avô do jornalista Júnior Padão e muitos outros como Hortêncio Enfermeiro, Antônio Aureliano, Gilberto Leal, pai do radialista Gil Leal, José Miron de Siqueira, Antônio Patrício, Zezito Cordeiro, Manoel Silva, pai do cantor Oscar Silva, autor do Hino de Paulo Afonso, José Rudival de Menezes e muitos outros.
Em 11 de Outubro de 1956, os vereadores da Câmara Municipal de Glória aprovaram o Projeto de Lei da emancipação política de Paulo Afonso. Era o primeiro passo para a independência que ainda dependia da aprovação da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Abel Barbosa continuou a sua luta, agora junto aos deputados baianos e para isso contou com o apoio dos deputados da bancada do seu partido na Assembleia, o PTB, como Otavio Drumont e Clemens Sampaio.
Arq. Folha Sertaneja
Abel Barbosa

Sobre os motivos que o levaram a se empenhar para a emancipação política de Paulo Afonso, Abel Barbosa assim falou a Antônio Galdino:
- “A discriminação revoltante entre a cidade da Chesf , dos ricos e a Vila Poty, dos miseráveis, irmãos separados por uma cerca de arame farpado, que conseguiu ser piorada quando em seu lugar ergueram um grotesco muro de pedras, o muro da vergonha. O combate a essa discriminação, a derrubada do muro da vergonha foram bandeiras de minha campanha para vereador pelo Distrito de Paulo Afonso na Câmara de Glória, em 1954 e da luta pela emancipação política de Paulo Afonso, cuja vitória veio em 28 de Julho de 1958".
Arq. Folha Sertaneja
D. Risalva Toledo, nos tempos da emancipação
- “Na época da emancipação, Paulo Afonso era um vilarejo, grande parte das casas ainda casebres, cobertos com sacos de cimento Poty. Nós não tínhamos energia elétrica nem água encanada. Água, apenas nos chafarizes construídos pela Chesf.”
O grande sonho de Abel Barbosa de ser o primeiro prefeito de Paulo Afonso foi frustrado porque teve de enfrentar a oposição forte da Chesf e seu poder econômico que orientou seus gerentes e empregados apoiar a candidatura de Otaviano Leandro de Morais que derrotou Abel nas eleições de 7 de outubro de 1958, por pequena margem de votos.
Na legislatura seguinte e em outras seguidas, Abel Barbosa elegeu-se vereador, foi duas vezes presidente da Câmara e outras duas vezes prefeito de Paulo Afonso, embora em nenhuma delas pelo voto popular.
PREFEITOS DE PAULO AFONSO
Do livro "De Forquilha a Paulo Afonso"
Prefeitos de Paulo Afonso - De Otaviano a Abel

Até aquele ano, não existia o cargo de vice-prefeito e, na ausência ou impedimento do prefeito, quem assumia o cargo era o presidente da Câmara. Assim, foram eleitos os prefeitos: Otaviano Leandro de Morais, Adauto Pereira de Souza e Edson Teixeira Barbosa. Assumiram como prefeitos os presidentes da Câmara: Manoel Pereira Neto, Abel Barbosa (em seu primeiro mandato), Metódio Nunes Magalhães e Frederico Fausto Agostinho de Melo. E foram nomeados prefeitos de Paulo Afonso, pelo regime militar: José Rodrigues de Figueiredo Barbosa, engenheiro da Chesf de Salvador, indicado pelo governador Roberto Santos e Abel Barbosa e Silva, vereador de Paulo Afonso, indicado pelo governador Antônio Carlos Magalhães.
Do livro "De Forquilha a Paulo Afonso"
Prefeitos de Paulo Afonso - De José Ivaldo a Anilton Bastos

Entre os anos de 1986 e 2016, Paulo Afonso teve outros nove prefeitos, sendo que três deles tiveram apenas um mandato: José Ivaldo de Brito Ferreira, Luiz Barbosa de Deus e Raimundo Caires Rocha. Um prefeito teve dois mandatos: Paulo Barbosa de Deus. Um vice-prefeito, Wilson Pereira, assumiu na renúncia de Paulo de Deus e um prefeito, Anilton Bastos Pereira cumpre o seu terceiro mandato.
O atual prefeito de Paulo Afonso é Anilton Bastos Pereira do PDT, eleito no ano de 2008 para o mandato de 2009 a 2012 e reeleito em 2012 para o mandato de 2013 a 2016.
A CÂMARA MUNICIPAL DE PAULO AFONSO –
Foto: Antônio Galdino
Câmara Municipal de Paulo Afonso

Arq. Folha Sertaneja
Vereadores da 1ª Legislatura da Câmara de Paulo Afonso - 1959-1963

Luiz de Deus terá 9 vereadores na Câmara de Paulo Afonso
Marconi Daniel foi o mais votado. Marcondes Francisco chega a 8 legislaturas
Antônio Galdino
divulgação

A abertura da última urna das eleições municipais de Paulo Afonso trouxe surpresas e novidades para o quadro dos 15 vereadores da Câmara Municipal.
As surpresas ficaram por conta da não reeleição de nomes tidos pela maioria como vitoriosos, como é o caso de Dinho(PP), Petrônio Nogueira(PDT) e Regivaldo Coriolano(PT), todos eles, com vários mandatos, Dinho e Petrônio, três e Regivaldo, seis e todos eles também com a experiência do exercício da presidência da Câmara, sendo o Petrônio Nogueira o atual presidente.
As novidades ficam por conta da eleição de três vereadores pelo PP, mantendo o mesmo quantitativo da atual legislatura, com a chegada de Cícero Bezerra do BTN no lugar de Dinho.
Aliás, os Bairros Tancredo Neves e Rodoviário, vizinhos, com a chegada de Cícero Bezerra, passa a ter agora três representantes, o próprio Cícero, Macário e Zé Carlos.
Enfim, depois de muitos anos, acontece a eleição de uma vereadora, a Irmã Leda que está nesta legislatura vindo de uma suplência. Agora, o seu trabalho social a reconduziu à CMPA.
O vereador Marconi Daniel foi o campeão de votos da história da Câmara, ao conseguir com que mais de 3 mil eleitores o escolhessem para o seu segundo mandato. Teve exatos 3.158 votos. No sentido inverso, vereadores que tradicionalmente sempre foram os campeões de votos, como Marcondes Francisco(PSD) e Antônio Alexandre(PMDB), conseguiram se reeleger mas com bem menos votos que antes. Alexandre, que sempre comemorou mais de 2 mil votos nos últimos pleitos, precisou do empurrãozinho da legenda para conseguir ser o 14º colocado com apenas 871 votos, à frente apenas do novato Mario Galinho, do Solidariedade. Coisas da política...
Aliás, é bem estranho esse sistema de contagem de votos em que a vontade popular é desrespeitada. Vereadores conseguem mais do dobro de outros que acabam sendo privilegiados. È o caso de Paulo Tatu (PP – 1.167 votos - 16º colocado), Edson Oliveira Maciel, Dinho(PP), já em seu terceiro mandato, não consecutivo, que conseguiu 1.125 votos, (17º colocado), Petrônio Nogueira (PDT), já no seu terceiro mandato e no cargo de presidente da Câmara, que conseguiu 1.064 votos (18º colocado) e Regivaldo Coriolano(PT), ex-presidente e atual 1º Secretário da Câmara, já no exercício do seu sexto mandato. Ele conseguiu 1.015 votos e também está fora da próxima legislatura do Poder Legislativo de Paulo Afonso.
Quem perdeu bastante votos em relação a última eleição (2012), foi Marcondes Francisco mas, ainda assim foi reeleito com 1.667 votos, mesmo mudando para o PSD e com isso consegue o feito de chegar ao seu 8º mandato consecutivo na Câmara de Paulo Afonso, caminhada iniciada em 1º de Janeiro de 1989 em sua primeira eleição.
O TSE apresenta uma listagem nominal com os 149 candidatos a vereador em Paulo Afonso. Nesta lista estão 15 nomes, do nº 135 a 149 cuja votação foi zero voto. E destes, os sete últimos, de 143 a 149 trazem a seguinte observação: # O candidato não teve os seus votos validados devido à sua situação jurídica ou à do seu partido. Para consultar a situação mais recente, consulte a página de Divulgação dos Candidatos (TSE).
Entre os que estão nesta situação, há candidatos de vários partidos e alguns nomes bem conhecidos do eleitorado de Paulo Afonso, inclusive um ex-vereador que já foi presidente da Câmara.
Para a Câmara Municipal de Paulo Afonso foram eleitos para a legislatura 2017/2020 os seguintes vereadores:
1 - Marconi Daniel – PHS – 3.158 votos
2 - Jean Roubert – PTB – 2.520 votos
3 - Zé de Abel – PTN – 2.470 votos
4 - Leco – PHS – 2.009 votos
5 - Zezinho do INPS – PTN – 1.856 votos
6 - Marcondes Francisco - PSD – 1.667 votos
7 - Zé Carlos do BTN – PRB – 1.584 votos
8 - Bero do Jardim Aeroporto – PP – 1.570 votos
9 - Bero do Jardim Bahia – PT – 1528 votos
10 - Irmã Leda – PDT – 1.488 votos
11 - Macário – PP – 1.326 votos
12 - Cícero Bezerra – PP – 1.197 votos
13 - Edilson – PMDB – 926 votos
14 - Antônio Alexandre – PMDB – 871 votos
15 - Mario Galinho – SD – 525 votos.
Os vereadores Marconi Daniel, Jean Roubert, Zé de Abel, Leco, Zezinho, Marcondes Francisco, Zé Carlos do BTN, Bero do Jardim Bahia e Irmã Leda, num total de nove, foram eleitos pela coligação de apoio do candidato a prefeito eleito Luiz de Deus, também eleito.
Os vereadores Bero do Jardim Aeroporto, Macário, Cícero Bezerra, Edilson e Antônio Alexandre, no total de cinco, foram eleitos pela coligação de apoio do candidato a prefeito Paulo e o vereador Mário Galinho foi eleito pela coligação de apoio do candidato Raimundo Caires.
Nesses 59 anos de vida do município de Paulo Afonso, a Câmara Municipal teve 200 vereadores, dos quais 20 assumiram porque eram suplentes e os titulares ficaram impedidos de continuar o seu mandato.
Desse total de vereadores desde 1958 até 2017, apenas dez(10) mulheres, sendo que, ainda na primeira legislatura duas mulheres foram eleitas, Dinalva Simões Tourinho e Lisette Alves dos Santos e uma delas foi a primeira presidente da Câmara, Dinalva Tourinho.
Arq. Folha Sertaneja
Mulheres no parlamento de Paulo Afonso

Foto: Antônio Galdino
A IMPORTÂNCIA DA CHESF PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Arq. Folha Sertaneja
Usinas da Chesf em Paulo Afonso-BA
Na região são sete grandes usinas da Chesf responsáveis por mais de 80 por cento da capacidade de geração de energia hidroelétrica desta empresa. Muitas cidades foram criadas e com a Chesf mudou toda a história do Nordeste, divida em duas partes: O Nordeste antes e depois da Chesf.
Uma prova desse desenvolvimento é o próprio município de Paulo Afonso. Quando a Chesf chegou à região, em 1948, eram apenas alguns poucos casebres do povoado Forquilha. Dez anos depois de sua chegada a população de Paulo Afonso já era de mais de 25 mil habitantes e continuou crescendo, sendo em 2016 superior a 120 mil habitantes.
POPULAÇÃO DE PAULO AFONSO
Quando Paulo Afonso se tornou município, em 1958, a população local era de 25 mil habitantes. O censo do IBGE de 2013 mostrava uma população de 117.394 moradores e em 2015 o número estimado de moradores, pelo IBGE era de 119.215 e é superior a 120 mil habitantes em 2017.
O grande potencial turístico com a presença de lagos, hidrelétricas, trilhas, cangaço, Raso da Catarina, parques e o grande cânion do rio São Francisco levou o Ministério do Turismo a colocar Paulo Afonso como um dos 115 destinos turísticos do Brasil, embora muito pouco desse potencial esteja sendo explorado pelos empresários locais.
Outro grande polo de desenvolvimento que se apresenta é o dos cursos universitários. São várias faculdades com cursos à distância e quatro grandes instituições universitárias de nível superior no município: a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, com vários cursos, a Faculdade Sete de Setembro – FASETE, também com vários cursos, o Instituto Federal de Educação – IFBA que tem o Curso de Engenharia Elétrica e a Universidade do Vale do São Francisco – UNIVASF que se instalou no município oferecendo o Curso de Medicina.
MAIS INFORMAÇÕES E COMO ADQUIRIR O LIVRO E A REVISTA
divulgação
Livro - De Forquilha a Pàulo Afonso - histórias e memórias de pioneiros
AGUARDE a revista Paulo Afonso e sua História –
Está para ser lançada nos próximos dias a revista Paulo Afonso e sua História com um resumo da história de Paulo Afonso para estudantes e pesquisadores. Vai custar apenas R$10,00 (dez reais). Maiores informações e reserva de exemplares, do livro ou da Revista, na Galcom Comunicações, no endereço acima. Ligue ou envie um email para professor.gal@gmail.com e veja como adquirir também pela internet.
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