Mineração: Bahia terá alta de 30% em royalties
Mineração: Bahia terá alta de 30% em royalties
Novas regras do setor vão elevar arrecadação, diz empresa pública
A nova regulamentação da mineração
brasileira, divulgada ontem pelo governo federal, deve render à Bahia um
aumento de pelo menos 30% na Compensação pela Exploração de Recursos
Minerais (CFEM) – que é paga a título de royalties pelas empresas que
atuam no setor aos municípios onde há extração mineral. Em 2016, a Bahia
arrecadou mais de R$ 33 milhões com a compensação, segundo dados da
Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). O volume foi 25% maior que o
arrecadado no ano anterior, em 2015.
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Quinto estado em produção mineral, a Bahia se destaca pela diversidade da sua riqueza mineral (Foto: Carla Ornelas/GOVBA)
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“Na pior das hipóteses, a
CFEM de 2017 da Bahia ficará próxima dos R$ 45 milhões”, estima o
diretor técnico da CBPM, Rafael Avena.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra,
estimou ontem que a mudança nas alíquotas elevará em 80% a arrecadação
governamental com royalties de mineração. Os novos percentuais entrarão
em vigor a partir de novembro, após cumprir a chamada “noventena”. No
ano passado, só com os royalties, a arrecadação foi de R$ 1,8 bilhão.
O governo apresentou ontem as medidas provisórias
que mudaram a base de cálculo dos royalties da mineração, que passarão
ser medidos pela receita bruta, e não pelo faturamento líquido. O
minério de ferro, por exemplo, passou a ter uma alíquota variável até o
limite de 4%, dependendo da flutuação da cotação no mercado
internacional. Os percentuais foram elevados para minerais como nióbio
(de 2% para 3%), ouro (1% para 2%) e diamante (de 2% para 3%). Para os
de uso na construção civil, foram reduzidos de 2% para 1,5%.
“Se pegar uma comparação com outros países, o Brasil
estava defasado no percentual que cobrava”, disse Coelho Filho, na
solenidade de anúncio das novas medidas para o setor. Mesmo com as
mudanças de percentuais, não ocorreram modificações na divisão dos
royalties com as unidades da Federação.
Agência reguladora
Ao todo, foram apresentadas três medidas provisórias, que alteram 23 pontos do atual código de mineração, com a finalidade de destravar investimentos privados. Uma das novidades foi a criação da Agência Nacional da Mineração (ANM), que substituirá o atual Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foi estabelecida também uma taxa de fiscalização para a nova agência reguladora. A cobrança será anual, variando de R$ 500 a R$ 5 mil, a depender da fase do empreendimento.
Ao todo, foram apresentadas três medidas provisórias, que alteram 23 pontos do atual código de mineração, com a finalidade de destravar investimentos privados. Uma das novidades foi a criação da Agência Nacional da Mineração (ANM), que substituirá o atual Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Foi estabelecida também uma taxa de fiscalização para a nova agência reguladora. A cobrança será anual, variando de R$ 500 a R$ 5 mil, a depender da fase do empreendimento.
Críticas
As mineradoras que atuam no Brasil consideram o aumento dos royalties da mineração inadequado para o momento atual da economia e avisaram que devem repassar a nova elevação dos custos à cadeia produtiva industrial, afirmou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O instituto, que representa as mineradoras, também teme pela perda de competitividade.
As mineradoras que atuam no Brasil consideram o aumento dos royalties da mineração inadequado para o momento atual da economia e avisaram que devem repassar a nova elevação dos custos à cadeia produtiva industrial, afirmou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O instituto, que representa as mineradoras, também teme pela perda de competitividade.
Para o superintendente de Estudos e Políticas
Públicas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Reinaldo Sampaio,
os efeitos mais significativos das mudanças vão demorar a ser
percebidos. “O DNPM começou como um instrumento de fomento, mas ao longo
do tempo passou a cuidar apenas da fiscalização. Para que ele se
transforme de fato em agência terá que preencher muitas lacunas que
estão abertas”, acredita Sampaio.
Quinto maior produtor do país, com 4% do mercado
nacional, o setor mineral na Bahia gera atualmente aproximadamente
16.500 postos de trabalho, sendo 85% na região do semiárido.
Governo tenta atrair novos negócios
Na segunda agenda tida como positiva do dia, o presidente Michel Temer repetiu ontem o que tem dito em relação a algumas medidas como a reforma trabalhista e afirmou que novo Marco da Mineração vai modernizar o Estado brasileiro. “Sinto que estamos colocando o país no século 21”, afirmou o presidente.
Na segunda agenda tida como positiva do dia, o presidente Michel Temer repetiu ontem o que tem dito em relação a algumas medidas como a reforma trabalhista e afirmou que novo Marco da Mineração vai modernizar o Estado brasileiro. “Sinto que estamos colocando o país no século 21”, afirmou o presidente.
Segundo Temer, o novo Marco da Mineração dá um passo
decisivo para modernizar leis do setor mineral e com isso vai atrair
novos investimentos. “A atividade mineradora transforma recursos
minerais em riqueza e bem-estar”, disse. O presidente da República
destacou alguns números do setor, como o superávit e a geração de
empregos. “É um setor que emprega 180 mil pessoas diretamente e outras
centenas de indiretos”, ressaltou.
O presidente disse ainda que as medidas anunciadas
hoje eliminam entraves, facilitam as atividades de pesquisa mineral e
fortalecem a segurança jurídica. Temer afirmou que em suas viagens
internacionais, nas conversas com investidores, as primeiras perguntas
são justamente sobre segurança jurídica, por isso a importância das
novas regras para o setor.
Temer garantiu ainda que o pilar fundamental no novo
marco é respeito ao meio ambiente e que é preciso estabelecer um
diálogo “fértil entre setor produtivo e meio ambiente”. O presidente
disse que seu governo alcançou muitos feitos durante apenas 14 meses
“graças a um diálogo muito produtivo com o Congresso”.
O presidente chegou ao evento acompanhado do
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, e do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

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