Prefeitura de São Vicente tem déficit mensal de R$ 14 milhões
Prefeitura de São Vicente tem déficit mensal de R$ 14 milhões
Crise financeira grave foi apresenta pelo prefeito Luís Cláudio Bili a pré-candidatos a prefeito
07/05/2016 - 15:43 - Atualizado em 07/05/2016 - 16:35
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Bili diz que gostaria de ter acesso a esses dados antes de mandato (Foto: Alexsander Ferraz) |
A
Prefeitura de São Vicente acumula um déficit mensal de R$ 14 milhões. A
perda de força da arrecadação nos últimos anos – não em números
absolutos, mas levando-se em conta o valor da inflação – e os gastos
elevados com o funcionalismo são apontados como os grandes responsáveis
por esse quadro deficitário. Uma situação que, a curto prazo, parece não
ter uma solução.
Esse
diagnóstico foi apresentado por técnicos da Secretaria da Fazenda
(Sefaz) aos pré-candidatos à Prefeitura, em uma reunião realizada na
noite de ontem no Paço Municipal, agendada pelo prefeito Luís Cláudio
Bili (PR). Participaram do encontro sete, das dez pré-candidaturas já
postas no jogo, além do próprio chefe do Executivo, que ainda não
confirmou se virá como candidato à reeleição.
Não
estiveram representados o vereador Pedro Gouvêa (PMDB), o ex-deputado
estadual Luciano Batista (PTB) e Davi Morgado (PSC). Desse modo,
atenderam ao convite de Bili os seguintes nomes: Alfredo Martins (PT),
Fernando Xavier (PDT), Júnior Bozzella (PSD), Kayo Amado (Rede), Marcelo
Omena (PCO) e Paulinho Alfaiate (SD). Maykon Santos, do PSOL, não pôde
comparecer por motivos pessoais, mas enviou um representante.
O
teor do encontro, segundo os participantes, foi estritamente
técnico-administrativo, deixando de lado as questões políticas. Dados
preocupantes do ponto de vista econômico foram repassados, como o alto
custo mensal para fazer girar a máquina pública, estimado em R$ 54
milhões. A Prefeitura, no entanto, vem registrando uma média de
arrecadação de R$ 40 milhões por mês. Ou seja, arrecada cerca de 74% do
que precisaria.
A queda de
arrecadação continua sendo apontada como a principal vilã, em
decorrência da crise econômica que assola o País. A explanação dos
técnicos da Fazenda citou, por exemplo, uma redução do Fundo de
Participação dos Municípios, que é uma transferência constitucional da
União para os estados, composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de
Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), conforme o
número de habitantes.
Além
disso, de acordo com a Lei 101/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal
(LRF), o gasto com pessoal em município pode chegar a 54% da receita
corrente líquida, sendo o limite prudencial de 51,3%. São Vicente
estaria na casa dos 58,3%, inviabilizando uma solução nesse sentido.
“O
cenário é perturbador. Eu gostaria de ter tido acesso a informações
detalhadas como essa antes de assumir. Porque a gente tem noção, mas
quando recebe tudo dessa forma, percebe que não se pode minimizar a
situação”, disse Bili, ao final da reunião, justificando a estratégia de
unir possíveis adversários. “Veja o cenário de inadimplência de IPTU,
que hoje é de 57%. Para ficar mais didático, significa que, de cada dez
carnês lançados, praticamente seis não são pagos”, emendou.
Bili
explicou ainda que deu alguns passos no sentido de reduzir os gastos
públicos, mas que o agravamento da crise econômica impediu os resultados
esperados. Dentre as medidas adotadas, ele citou a extinção de 11
secretarias, além da redução dos cargos comissionados de 484 para 296.
“Muita
gente só bate na tecla de cortar os comissionados. O problema da Cidade
é muito maior. A máquina está viciada. Por isso, expus essas
informações para que todos possam discutir, estudar e criar meios de
mudar o quadro”, finalizou.
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