Escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016 foi comprada, diz jornal
Sexta, 03 de Março de 2017 - 10:40
Escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016 foi comprada, diz jornal
Foto: Ricardo Stuckert / Agência Brasil
A escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede da Olimpíada de 2016
foi comprada. A informação é do jornal francês Le Monde, segundo o qual
três dias antes da eleição de 2 de outubro de 2009 uma empresa ligada
ao empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho pagou US$ 1,5 milhão
(R$ 4,7 milhões de reais) a Papa Diack, filho de Lamine Diack - na
época, presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo
(IAAF) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI). O caso tem sido
investigado desde dezembro de 2015. Na ocasião da votação, uma empresa
fundada por Papa Diack recebeu a quantia da Matlock Capital Group,
holding sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, ligadas a Soares Filho.
Uma segunda transferência oriunda da mesma empresa, mas no valor de US$
500 mil, beneficiou uma conta de Papa Diack na Rússia, dias depois.
Soares Filho, conhecido como "Rei Arthur", é ex-dono do Grupo Facility e
investigado na Operação Calicute - a mesma que tem como alvo o
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), próximo do empresário. O
peemedebista foi uma das autoridades presentes na comitiva brasileira
que esteve na Dinamarca, ao lado do então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Segundo a reportagem francesa, documentos fornecidos por
autoridadesf iscais americanas à França mostram que Papa Diack
transferiu US$ 299.300, cerca de R$ 943 mil, para uma empresa offshore
chamada Yemli Limited, por meio de sua empresa Pamodzi Consulting, em 2
de outubro de 2009, no dia da eleição. Por outro lado, a família Diack,
do Senegal, já protagonizou um escândalo de corrupção e acobertamento de
doping no atletismo. Papa Diack, ex-consultor de marketing da IAAF, foi
banido do esporte por corrupção em 2016 e não deixa o Senegal por medo
de ser preso. O pai, Lamine Diack, de 83 anos, vive em prisão domiciliar
na França e responde por acusações de corrupção. Procurado pelo Le
Monde, Mário Andrada, chefe de comunicação da Rio-2016, disse que as
eleições foram limpas. "O Rio ganhou por 66 votos contra 32, foi uma
vitória clara", acrescentou.
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