Estudo mostra que chance da jaguatirica capturar presa é maior durante a lua cheia
Sábado, 4 de fevereiro de 2017
Estudo mostra que chance da jaguatirica capturar presa é maior durante a lua cheia
Eu fico impressionada com este tipo de estudo.... A matéria é de novembro passado, mas, achei que devia registrar.....
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O estudo também mostrou que as presas sofrem a influência da luminosidade da lua em seus padrões diários de atividade
Manaus - Pesquisa realizada por pesquisadores do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) e da Universidade de Aveiro
(Portugal) demonstrou que as chances das jaguatiricas (Leopardus
pardalis), conhecidas como gato-do-mato, de capturar suas presas são
maiores na lua cheia devido à maior claridade. O
estudo também mostrou que as presas sofrem a influência da luminosidade da lua em seus padrões diários de atividade, e as mudanças no padrão de ambos se dão em função da relação entre presas e predador.
estudo também mostrou que as presas sofrem a influência da luminosidade da lua em seus padrões diários de atividade, e as mudanças no padrão de ambos se dão em função da relação entre presas e predador.
“Quanto mais luz, mais fácil de ver as presas, mas isso não é uma regra.
A jaguatirica consegue pegar apenas alguns bichos. Outros preferem se
esconder ao invés de ficarem expostos. Esses que ficam expostos são os
que se arriscam para se alimentar e acabam sendo predados”, explica o
bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Inpa e
integrante do Grupo de Pesquisa de Mamíferos Amazônicos (GPMA/Inpa), o
biólogo André Gonçalves.
Na lua cheia, algumas espécies de presas ficam mais ativas, então, a
jaguatirica aproveita a oportunidade e aumenta suas chances de pegar
mais presas.
A jaguatirica pertence a ordem dos carnívoros e à família felidae. É
considerada um animal de médio porte, com peso variando de 6 kg a 16kg.
Distribui-se, amplamente, desde o sul do Texas (EUA) até próximo à
Argentina. É considerada um carnívoro oportunista, com a dieta variando
de acordo com a região onde se encontra. Geralmente, a presa potencial
mais abundante de um certo lugar será a mais presente na dieta do
animal. Na Amazônia, é o rato-de-espinho.
Conforme o estudo, a adaptação da espécie em relação ao habitat em que
se encontra também se dá em função de fatores abióticos, como a
luminosidade lunar. O estudo publicado recentemente na revista Journal
of Zoology sugere que as jaguatiricas mudam o tipo de presa (diurna ou
noturna) e caçam em diferentes fases da lua. A jaguatirica mostrou ser
ativa em dois picos do dia: durante a madrugada e no amanhecer. À noite,
preda animais como o rato-de-espinho e a mucura. Ao amanhecer, aves,
como o jacamim e o nhambu.
A pesquisa utilizou armadilhas fotográficas e testou se os padrões de
atividade das jaguatiricas eram sincronizados com os de suas potenciais
presas na natureza e, também, se apresentavam alguma relação com as
fases do ciclo lunar. Os níveis de atividades das jaguatiricas e das
presas foram avaliados através dos ciclos circadianos.
O ciclo circadiano é o período de um dia (24h) no qual se completam as
atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Uma das funções deste
sistema é o ajuste do relógio biológico. “Compreender os fatores
determinantes extrínsecos deste ciclo se torna relevante para a
compreensão de como as espécies se adaptam e persistem em seus
ambientes”, explica o pesquisador do Inpa e coordenador do GPMA, Wilson
Spironello.
Armadilhas
O estudo amostrou três áreas de floresta pertencentes ao Inpa, durante
dois anos. Foram instaladas 30 armadilhas fotográficas que permaneceram
por 60 dias em cada área. No total, os pesquisadores obtiveram 1.504
registros fotográficos de jaguatiricas, tatus, gambás e aves, que se
utilizam do chão da floresta para se alimentar.
Os dados obtidos no estudo fazem parte de um projeto de monitoramento
mais amplo do Grupo de Pesquisa de Mamíferos da Amazônia, que tem como
objetivo principal avaliar os efeitos do impacto humano em diferentes
reservas florestais na Amazônia Central.
A pesquisa foi realizada na Reserva Florestal Adolpho Ducke (situada no
Km 26 da Estrada AM-010, que liga Manaus a Itacoatiara); na Reserva
Biológica do Cuieiras (a 60 quilômetros ao norte de Manaus, na BR-174) e
na Reserva do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais
(PDBFF), localizada a 80 quilômetros ao norte de Manaus, também na
BR-174.
FONTE: d24am
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