
Dados
apresentados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (30), véspera
do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, mostram que o número de novas
infecções por HIV não tem diminuído no país. São mais de 41 mil novos
casos por ano, total que se mantém estável há bastante tempo. Para
piorar, dos 827 mil brasileiros que hoje convivem com o vírus, 112 mil
desconhecem a sua condição.
O país segue a tendência mundial. O
relatório da Unaids, o programa conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/Aids, revelou, na semana passada, que em 2015 houve 2,1 milhões de
casos novos, total que tem se mantido estável nos últimos cinco anos.
A
boa notícia é que a taxa de detecção da Aids em crianças com até 5 anos
apresentou uma queda de 36% de 2010 para cá, no Brasil. Isso significa
que o cuidado com gestantes soropositivas tem evitado a transmissão
vertical (na gravidez ou no momento do parto), o que também vem
ocorrendo em outras partes do mundo.
A mortalidade por Aids também
vem apresentando queda – se em 1995 havia quase 10 mortos para cada 100
mil habitantes pela doença, em 2015 foram 5,6.
Mas ainda há muito
motivo para preocupação. Existem 372 mil soropositivos sem tratamento
para controlar o HIV, o que eleva a chance de transmissão para outras
pessoas. A maior parte sabe que está infectada, mas não tem coragem de
aceitar a condição.
Os dados mostram que garotas e jovens gays de
populações mais excluídas continuam os mais vulneráveis à doença, pela
falta de acesso às estratégias de diagnóstico e prevenção, algo que
deveria ser reforçado nas escolas e nas mídias sociais. Enquanto isso
não mudar, a epidemia não vai ceder.
Dia Mundial de Luta Contra a AIDS - 1º de dezembro
O Dia
Mundial de Luta Contra a AIDS é celebrado no dia 1º de dezembro por uma
decisão da Assembléia da Organização Mundial de Saúde, realizada em
outubro de 1987, com apoio da ONU. No Brasil, a data passou a ser
adotada, a partir de 1988.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o número de pessoas
infectadas pelo HIV no Brasil é de aproximadamente 530.000. Dessas
pessoas, 25,4% não sabem que estão infectadas, e cerca de 30% dos
pacientes ainda chegam ao serviço de saúde tardiamente.
O que é HIV
É o causador da AIDS. O HIV (vírus da imunodeficiência humana) recebe
esse nome, pois destrói o sistema imunológico. Ter o HIV não é a mesma
coisa que ter a AIDS. Há portadores do vírus (soropositivos) que vivem
anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem
transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo
compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a
gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e
se proteger em todas as situações.
O que é AIDS
AIDS é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, e se caracteriza pelo
enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento das
doenças oportunistas. Como esse vírus ataca as células de defesa do
nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um
simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose e até alguns
tipos de cânceres.
Como se pega o HIV
Como o HIV, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, o vírus pode ser transmitido de várias formas:
• Sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal);
• Compartilhando agulhas e seringas contaminadas;
• Da mãe infectada para o bebê durante a gravidez, na hora do parto e/ou amamentação;
• Transfusão de sangue contaminado com o HIV;
• Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações
sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com
outras pessoas.
Como sei se tenho HIV
Basta fazer um dos testes existentes para diagnosticar a doença. O
resultado é seguro e sigiloso. É realizado a partir da coleta de sangue.
Os pacientes que tiverem o resultado positivo devem fazer
acompanhamento médico.
Por que fazer o teste de AIDS
Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do
soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e
segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Além disso,
as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se
seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e
pós-parto.
A infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar
da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste
rápido) busca por anticorpos contra o HIV no sangue. Esse período é
chamado de janela imunológica.
Como é o tratamento
O Brasil já encontrou um modelo de tratamento para a Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida, que hoje é considerado pela OMS uma
referência para o mundo.
O tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde e
a realização exames. A pessoa só vai começar a tomar os medicamentos
antirretrovirais quando exames clínicos e de laboratório indicarem a
necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob controle o maior
tempo possível. A medicação diminui a multiplicação do vírus no corpo e
recupera as defesas do organismo. Para que o tratamento dê certo, o
paciente não pode se esquecer de tomar os remédios ou abandoná-los, pois
dessa forma o vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de
medicamentos diminuem. A adesão ao tratamento é fundamental para a
qualidade de vida.
Acompanhamento médico
O acompanhamento médico da infecção pelo HIV é essencial, tanto para
quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática),
quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue tratamento com
os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos classificam como
AIDS.
Tomar os remédios conforme as indicações do médico são fundamentais para
ter sucesso no tratamento. O uso irregular dos antirretrovirais acelera
o processo de resistência do vírus aos medicamentos, por isso, toda e
qualquer decisão sobre interrupção ou troca de medicamentos deve ser
tomada com o consentimento do médico que acompanha o paciente.
É possível viver bem com a AIDS
Atualmente, existem os medicamentos antirretrovirais - coquetéis
antiaids que aumentam a sobrevida dos soropositivos. É fundamental
seguir todas as recomendações médicas e tomar o medicamento conforme a
prescrição, ou seja, aderir ao tratamento. Há, também, outras atitudes
que oferecem qualidade de vida, como praticar exercícios e ter uma
alimentação equilibrada.
Mesmo em tratamento, a pessoa com AIDS pode e deve levar uma vida
normal, sem abandonar a sua vida afetiva e social. Ela deve trabalhar,
namorar, beijar, passear, se divertir e fazer amigos.
O Dia Mundial de Luta contra a AIDS foi criado para informar a população
sobre a necessidade de prevenção da doença. O preconceito e a
discriminação são as maiores barreiras no combate à doença, e os
estigmas são provocados principalmente pela falta de conhecimento, mitos
e medos.
A Campanha do Dia Mundial de Luta contra a AIDS do Ministério da Saúde
deste ano irá realizar uma mobilização nacional para testagem de
sífilis, HIV e hepatites virais (B e C). Durante 10 dias, todas as
pessoas que desejarem saber sua condição podem procurar as unidades da
rede pública e os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) em todo o
país.
Para buscar mais informações:
http://www.aids.gov.br/aids
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