Sequestro de dinheiro da poupança é improvável, opinam especialistas
Sexta, 15 de Abril de 2016 - 07:40
Sequestro de dinheiro da poupança é improvável, opinam especialistas
Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas
    Com o agravamento da crise política, áudios que circulam no WhatsApp
 afirmam que a presidente Dilma Rousseff irá, no dia 15, sequestrar o 
dinheiro dos brasileiros nas poupanças. De acordo com a Exame, tal feito
 não acontecerá. Especialistas argumentam que a Emenda Constitucional 
nº32/2001, que modificou o artigo 62 da Constituição Federal, não 
permitirá a ação da presidente.  Ela afirma que é vedada a edição de 
medida provisória “que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança
 popular ou qualquer outro ativo financeiro”. “No governo Collor, havia 
tolerância por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), a Constituição 
tinha acabado de entrar em vigor e o Brasil vivia um período de 
hiperinflação. Hoje as instituições avançaram muito e, apesar das 
dificuldades, a economia em nada se compara com a de 1990, nós temos 
bilhões de reais em reservas internacionais”, diz Claudio Souza Neto, 
advogado e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ainda de 
acordo com a publicação, outros fatores pesam contra: uma medida desta 
envergadura demoraria meses para tramitar no Congresso e, se os bancos 
ficassem fechados por tanto tempo, o país poderia quebrar. Além disso, a
 medida poderia ser considerada "um tiro no pé". Mesmo que não existisse
 uma emenda proibindo o confisco de recursos, o sequestro da poupança 
seria algo completamente insano do ponto de vista econômico, diz Simão 
Silber, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP e
 doutor em economia pela Universidade Yale. Além disso, ao realizar um 
confisco o governo não teria mais nenhum resquício de credibilidade. 
Portanto, se o objetivo fosse sequestrar os recursos para ajustar as 
contas, a medida seria um tiro no pé. “O efeito contábil de uma medida 
assim seria dramático, simplesmente não entraria mais dinheiro no Brasil
 e investidores fugiriam. Quem acredita que isso poderia acontecer só 
pode estar maluco”, diz Silber.    
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