Zika infectou até 1,4 milhão de brasileiros neste ano; casos de microcefalia crescem 41%
Quarta, 09 de Dezembro de 2015 - 07:40
Zika infectou até 1,4 milhão de brasileiros neste ano; casos de microcefalia crescem 41%
por Clarissa Thomé, Fabiana Cambricoli e Luísa Martins | Estadão Conteúdo
Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Apontado como responsável pelo aumento de casos de microcefalia no
país, o zika vírus infectou ao menos meio milhão de brasileiros neste
ano, de acordo com a estimativa mais otimista do Ministério da Saúde. Na
previsão mais pessimista, foi contaminado 1,4 milhão de pessoas,
segundo o Protocolo de Vigilância e Resposta à Microcefalia e ao Zika,
divulgado nesta terça-feira (8). O Brasil já soma 1.761 casos suspeitos
de má-formação, com 19 mortes de bebês notificadas. Para o ministro da
Saúde, Marcelo Castro, a situação é "gravíssima". Embora ainda não
existam testes em quantidade e qualidade suficientes para diagnosticar a
zika e, como em 80% dos casos, o paciente infectado não apresenta
sintomas, a pasta fez uma projeção com base em casos descartados de
dengue - as duas doenças têm sintomas semelhantes - e em referências da
literatura médica internacional. O ministério chegou ao número mínimo de
497.593 casos e máximo de 1.482.701. A estimativa foi feita
considerando apenas os 19 Estados com circulação autóctone (interna) do
vírus confirmada por laboratório. Considerando a projeção mais
conservadora, São Paulo é o estado com o maior número de casos
estimados: 236 mil. Em seguida, aparecem Minas Gerais (54 mil), Paraná
(42 mil), Ceará (38 mil) e Pernambuco (34 mil). O documento no qual
constam as projeções também estabelece diretrizes aos profissionais de
saúde e áreas técnicas para lidar com casos suspeitos e pacientes
confirmados de microcefalia. O boletim epidemiológico mostrou ainda que
os registros de má-formação de fetos aumentaram 41% em apenas uma semana
e estão espalhados por 411 municípios de 13 estados e do Distrito
Federal. Pelo novo protocolo, as vigilâncias de Estados e municípios
deverão detectar casos não apenas em recém-nascidos, mas também
monitorar gestantes com possível infecção por zika e fetos com
alterações no sistema nervoso, além de abortos espontâneos e nascidos
mortos suspeitos de contrair o vírus.
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