Irmãos se reencontram "52 anos depois" graças ao Lagartense.com

24/04/2017 22h28 - Atualizado em 25/04/2017 23h39
Irmãos se reencontram "52 anos depois" graças ao Lagartense.com
Seu Durval está no interior paulista e Maria Luiza, a "dona Bebé", em Lagarto.

Portal Lagartense


Mais uma história com final feliz, não só para dois irmãos, mas também para nosso jornalista. Tudo começou quando a bacharel em administração, Emirielli Telles, escreveu para a Fã Page do Portal Lagartense e contou sobre o sonho de seu Durval, avô dela, que aos 88 anos não gostaria de morrer sem rever a irmã, a qual teve contato pela última vez no ano 1965.
"Cresci ouvindo as histórias e sobre este anseio do meu avô, que na verdade tenho como meu pai. Foi ele que me criou e educou, então, eu precisava abraçar com garra esta missão e, assim como ele, sempre acreditei em Deus que esta irmã dele, portanto minha tia-avó, estava viva e que um dia íamos reecontrá-la", disse Emirieli.

Emirieli e seu avô-pai Durval no dia do seu casamento.
A História

Nascido em Laranjeiras/SE, o lavrador Durval Luiz saiu com esposa, filhos e um irmão com destino à cidade de Braúna no interior de São Paulo, onde a irmã Maria Luiza já morava com o marido Gregório, um alagoano que veio para Lagarto fugindo da seca na década de 40.
Na verdade, seu Durval foi o último a tentar a sorte no sudeste, porque a família inteira já estava nesta região há alguns anos.
Anos depois, precisamente em 1965, a irmã Bebé e o esposo se despedem dos irmãos e vão em busca de emprego em fazendas na cidade de Paranagi, PR.
Após algum tempo, Seu Durval toma o mesmo rumo. Porém, para sua frustração ele não encontra mais a irmã que tinha partido meses antes para um destino ignorado.
Somente através de uma prima é que ele vai saber que ela havia retornado para Lagarto.
Com proposta de trabalho ele acabou ficando por lá junto à família. Passaram-se alguns anos e ele muda-se para Salmorão, outra cidade no interior de São Paulo. Mesmo com o decorrer do tempo e as possíveis melhorias que ele traria, as dificuldades de comunicação na segunda metade do século 20 ainda eram enormes: ele nunca mais teria contato com a irmã. Além disso, Seu Durval nem lembrava sequer o nome da cidade em que ela passou a viver.

Eis ai a única lembrança que ele tinha da irmã Maria Luiza.
"A esperança não vem do mar, vem das antenas de TV"
De acordo com o emocionante relato da neta, nos últimos trinta anos, Seu Durval assistia telejornais diariamente e sempre comentava:
"Eles falam o nome de tanta gente por esse Brasil a fora, de repente falam o nome de minha irmã."
Entretanto, ela nunca apareceu na telinha.
Emirieli sabia que era preciso uma pista concreta, um destino a se procurar. Foi quando ele finalmente lembrou de um lugar "no" Sergipe chamado Lagarto.
Próximo passo era contatar rádios e sites. Foi quando ela enviou uma mensagem procurando pela tia-avó Maria Luiza, conhecida como "Bebé"... que por acaso também é tia-avó do nosso jornalista Kiko Monteiro. Emocionado, ele ligou de imediato para a nova prima e contou que a busca chegara ao fim em uma feliz coincidência: a ponte entre as duas famílias finalmente estava feita!
Hoje, os irmãos se falam quase que diariamente. Promovem chamadas de vídeo e trocam áudios emocionados pelo aplicativo WhatsApp, que proporciona essa reaproximação virtual até o dia em possam trocar abraços reais.

Dona Bebé

Dona Maria Luiza, ou simplesmente "dona Bebé", 87 anos, é moradora do Bairro Ademar de Carvalho em Lagarto.
Uma Cristã exemplar, esta Adventista do Sétimo Dia no início dos anos 80, precisamente no mandato do então prefeito José Vieira Filho, foi professora do extinto Curso Mobral onde alfabetizou centenas de adultos do nosso município.
Com outro dom, desta vez o da caridade, desempenhou um serviço de assistência social com as comunidades dos Bairros Ademar de Carvalho, Estação e Matinha quando esta ainda era conhecida como "Corte" (do verbo cortar).
Durante anos, dentro das suas possibilidades, captava doações e pode garantir pão e agasalho para centenas de famílias.
Aposentou-se como servente e merendeira do Colégio Estadual Silvio Romero.
Bebé é hoje mais que uma cidadã lagartense por tudo o que fez em prol da educação da cidade que lhe acolheu. Em sua homenagem, o amigo Zé Vieira construiu uma escola e a batizou com seu nome: Escola Municipal Maria Luiza da Silva, no povoado Carcará.

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